O deputado federal Simplício Araújo classificou de vergonhoso o resultado da votação que manteve o mandato do deputado presidiário Natan Donadon. O parlamentar voltou a defender o fim do voto secreto e solicitou à mesa diretora da Câmara a quebra do sigilo de seu voto. Na ocasião, descobriu que o deputado Natan Donadon participou da votação e que seu voto não fora anulado pela mesa diretora.
“Solicitei a quebra do sigilo de meu voto pois tenho compromisso com a sociedade brasileira. A Câmara dos Deputados entra para a história ao manter no cargo um político condenado em última instância pelo Supremo Tribunal Federal. Protegidos pelo voto secreto, 131 deputados fecharam os olhos para a população brasileira que exigiu de nós transparência e moralidade. Enterramos, na noite de ontem, a chance de darmos a resposta que os brasileiros tanto anseiam. Mantivemos no cargo um bandido e isso é inaceitável”, afirmou o parlamentar.
Araújo também solicitou a lista dos parlamentares que votaram no processo e descobriu que o deputado Natan Donadon consta na lista dos votantes e que seu voto não foi anulado pela mesa. “Ao solicitar a lista dos votantes descobrimos que o parlamentar votou em seu próprio processo de cassação, o que vai de encontro ao Art. 180, II, §8º do Regimento Interno da Câmara. Cobrei a imediata anulação do mesmo. Quem garante que Donadon votou não? E se a consciência dele determinou que se abstivesse? Para explicar ou mostrar como votou Donadon o presidente Henrique Alves terá que quebrar o sigilo do painel portanto seria melhor anular que quebrar o sigilo”, disse.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), percebeu que Donadon havia votado e tentou contornar a situação. Como a votação foi secreta, Alves presumiu que Donadon havia votado contra a própria cassação e reduziu, no placar, um dos votos pelo “não”.
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